imagem ilustrando artigo Veja como planejar as finanças para a chegada do primeiro filho

A chegada do primeiro filho é uma realização. Esse é o momento em que você começa, definitivamente, sua família. Além disso, é o sonho de muitas pessoas, que comemoram a gravidez como um grande objetivo de vida.

Ao mesmo tempo, também é preciso considerar as finanças. Afinal, uma pesquisa mostra que os gastos de uma família de classe média com um filho chegam a R$ 1 milhão em 24 anos — idade em que costuma terminar a faculdade.

Esse cálculo foi feito considerando um gasto médio mensal de R$ 2 mil. Achou muito e já pensa em alternativas para ganhar mais? Calma! Por meio de um bom planejamento financeiro, é possível se preparar para a chegada do primeiro filho, ter qualidade de vida e evitar o endividamento.

Para mostrar o que fazer, neste artigo apresentamos várias recomendações que ajudam a organizar suas finanças para o futuro. Então, que tal saber mais?

Comece a se planejar antes do nascimento da criança

Pode parecer estranho, mas a organização financeira fica mais simples quando você se programa para isso. O ideal é que esse processo comece dois anos antes da gravidez. Assim, sua renda já está organizada e é possível adquirir todos os recursos necessários para o bebê.

Quando você realiza essa primeira etapa, tem a chance de preparar tudo o que deseja, como um quartinho todo arrumado para o bebê e cheio de brinquedos. Além disso, começando com o pé direito, existem mais oportunidades de colocar seu filho na escola desejada, ainda que a mensalidade seja um pouco alta, e em outros cursos, como de idiomas, artes e natação. 

Analise as condições financeiras da sua família

Se você não teve tempo para cumprir a etapa anterior, é o momento de avaliar as finanças da sua família. Para isso, é preciso anotar todos os ganhos e os gastos, seja em um aplicativo, seja em uma planilha.

Divida suas despesas por categorias, como alimentação, transporte e moradia. Depois acrescente todos os valores a serem recebidos. Aqui, vale colocar sua remuneração, mas também possíveis ganhos extras, como 13º salário, férias, herança ou dinheiro obtido com uma atividade extra.

Nesse momento, você terá uma visão clara de como estão as suas finanças. Se os gastos ultrapassarem os ganhos, esse é o momento de revisar os valores. Observe suas despesas e veja se pode economizar em algum aspecto.

Por exemplo, se costuma ir a restaurantes, pode trocar por alimentação em casa. Se paga a academia, mas raramente vai às aulas, talvez seja o momento de considerar uma atividade ao ar livre. Outra possibilidade é renegociar contratos existentes, como de TV a cabo e internet.

Tenha em mente que esse processo tem o objetivo de reestruturar o orçamento doméstico. Essa etapa pode ser difícil, porque a educação financeira é um problema do brasileiro. Tanto é que 48% dos brasileiros tiveram o nome na lista de inadimplentes em 2019, segundo pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Depois dessa experiência, 39% afirmaram ter controlado mais os gastos e 34% consideram depois de fazer as compras. No entanto, é preciso lidar com a situação atual primeiro. Caso tenha dívidas, opte por quitá-las o quanto antes.

Estabeleça prioridades

Depois de listar todos os gastos, chega o momento de avaliar quais são suas prioridades. Somente você poderá avaliá-las, porque elas mudam de acordo com a família. Por isso, confira a sua condição, as dívidas que possivelmente tem e os gastos que deverá ter durante a gestação e os primeiros anos da criança.

Considere o máximo possível, como reformas, montagem do enxoval, remédios, móveis e mais. Nesse processo, ainda avalie o que é prioridade e supérfluo na criação do bebê. Entre os primeiros estão fraldas, carrinho, berço, trocador e mamadeira.

Por sua vez, as roupas de grife, os acessórios e os brinquedos tecnológicos podem ser deixados de lado. Tenha em mente que o ideal é economizar 20% ou mais da sua renda para arcar com esses primeiros gastos.

Uma alternativa é encontrar outra fonte de renda. Alguns exemplos são os trabalhos freelancer, o aluguel de um imóvel, o rendimento de alguma aplicação financeira  e até uma promoção no trabalho.

Preveja gastos futuros

Os gastos com um filho aumentam sempre mais. Quando bebê, as despesas são relativas a roupas, pomadas, lenços umedecidos e fraldas. Até os 3 anos, tem isso e mais vacinação, livros, brinquedos, gastos com aniversários etc.

Depois, ainda tem o acréscimo de mesada, escola, dentista, materiais escolares, esportes e lazer. A tudo isso ainda são somados mobília, enxoval, reforma da casa e outros fatores.

Por isso, avalie as opções existentes e resista à tentação de comprar itens caros. Os brinquedos podem quebrar e as roupas são perdidas com rapidez, devido ao crescimento.

Tenha uma reserva financeira

Uma reserva de emergência é um dinheiro usado para imprevistos, como já explicamos. Apesar de ser fundamental em qualquer momento da vida, é ainda mais importante quando você tem seu primeiro filho.

Afinal, com crianças, sempre podem surgir despesas a mais, inesperadas. De toda forma, o ideal é nunca utilizar esse dinheiro. Assim, você consegue guardar mais e, com o tempo, investir. Também consegue se preparar para o longo prazo, que inclui gastos com escolas, material escolar e até uma poupança para o filho.

Tenha em mente que esse dinheiro não deve ficar embaixo do colchão. É melhor deixá-lo em um investimento, que possa ser sacado a qualquer momento, ou seja, que tenha liquidez diária. Uma boa alternativa é o Tesouro Selic, que nunca implica perdas em caso de resgate antecipado dos valores.

Além disso, você sempre pode colocar mais dinheiro. É só economizar e fazer aportes mensais, para ter um rendimento maior com o passar do tempo.

Corte despesas

Essa é a regra para economizar. Por isso, ainda que já tenha sido falado, vale a pena reforçar. Opte por passeios gratuitos, como parques, praias, museus e outros. Quando fizer compras, atenha-se ao orçamento.

Por isso, vale a pena estipular limite de gastos para cada categoria. Na sua análise, caso perceba que está gastando demais em supermercado, por exemplo, faça trocas para diminuir as despesas. Em vez de comprar da marca X, adquira da Y.

Confira os dias de promoção e faça compras neles. Também verifique os preços em diferentes estabelecimentos para conseguir os melhores. Ao mesmo tempo, evite produtos supérfluos, que encarecem a conta do supermercado.

Quando buscar roupas, por outro lado, compre apenas o que estava previsto. Caso tenha o impulso de adquirir algo além, deixe para decidir depois de voltar para casa. Se no dia seguinte você ainda achar uma boa ideia, volte na loja. Apesar de simples, essas dicas ajudarão a cortar despesas.

Invista em um plano de saúde para o primeiro filho

Até aqui, você viu a importância de economizar. No entanto, tem um gasto que precisa ser feito ao ter um bebê — a contratação de um plano de saúde. Ele é usado desde a gravidez para fazer os exames médicos, as consultas e o próprio parto.

Depois do nascimento da criança, é importante para o acompanhamento ginecológico e também para as primeiras consultas do seu primeiro filho. Assim, você evita acabar com a sua reserva de emergência.

Para ter uma ideia, somente o médico chega a custar R$ 5 mil para ficar à disposição para o parto. Ainda tem a maternidade e possíveis valores extras. Cada consulta médica custa de R$ 200 a R$ 350, a depender do profissional. Sem contar os exames, que também têm custo elevado.

Resumindo, um parto particular pode custar até R$ 15 mil, conforme a Associação Médica Brasileira (AMB). É um valor considerável e que pode ser evitado. Com um plano de saúde contratado de modo antecipado e o cumprimento da carência de 300 dias, você não precisa pagar nada.

Caso seu plano de saúde deixe de ter convênio com o seu profissional, é possível gastar apenas o valor do médico. Em último caso, é possível pedir um reembolso, de acordo com o contrato feito com a operadora de saúde.

Depois do nascimento, basta incluir o bebê. Nesse caso, ocorre um prazo de 30 dias a partir do nascimento para fazer a adesão, sem cumprir carência.

No momento de escolher o plano de saúde, analise o custo-benefício. Por isso, considere:

  • valor das mensalidades;
  • custo para adicionar o bebê;
  • cobertura oferecida, se existe coparticipação e possíveis gastos extras em casos de internação.

Estabeleça metas de economia

Além de definir uma porcentagem de salário a ser poupada, considere quanto você deseja economizar em cada categoria. É possível usar diferentes métodos para alcançar seu objetivo. Um deles é o 50-30-20. Ele prevê que:

  • 50% da renda são usados para despesas de sobrevivência. É o caso do pagamento de aluguel, transporte, alimentação e mais;
  • 30% são destinados para lazer e entretenimento, como gastos com cinema, academia, jantares e outros;
  • 20% são reservados para pagamento de dívidas e formação de reserva de emergência. Esse é o dinheiro usado para imprevistos. Por isso, deve estar sempre disponível. O ideal é que tenha entre 3 e 9 meses de remuneração.

Para equilibrar os gastos, é importante traçar metas de economia progressivas. Portanto, busque sempre economizar mais. Aos poucos, você verá que é possível ter disciplina sem encarar essa jornada como um sofrimento. É só focar o propósito maior — o seu primeiro filho!

Consuma de forma consciente

Além de rever seu estilo de vida e pesquisar preços antes de comprar, vale a pena consumir de forma consciente. Se antes você gastava sem pensar, agora terá que considerar os gastos extras. Caso contrário, outros objetivos como a compra de carro, imóvel e mais, terão que ficar para trás.

Aqui, estão incluídas várias pequenas despesas do dia a dia, como o ar-condicionado ligado o dia todo, a TV a cabo com canais que você não usa, o pagamento de serviços de streaming sem utilização e por aí vai.

O melhor é fazer um verdadeiro pente-fino nas suas despesas. Desperdícios de alimentos, energia elétrica e água também podem ser evitados, porque os gastos aumentam de forma significativa e você nem percebe isso.

Invista no patrimônio da família

O patrimônio é uma herança familiar. Mais do que uma maneira de ter um bom futuro, também é o caminho para garantir a estabilidade financeira antes, durante e após a chegada do primeiro filho.

Quando falamos em patrimônio, é preciso pensar em bens que sua família tem. Aqui, estão incluídos imóveis, automóveis, saldo bancário, empresa constituída, investimentos e mais. Ou seja, é tudo o que pode ser vendido para gerar dinheiro, ou que oferece uma renda passiva.

Para criar a sua herança familiar, é necessário cumprir todas as etapas anteriores, ou seja, rever os gastos, economizar e por aí vai. Por isso, o primeiro passo é formar sua reserva de emergência para, então, adquirir outros bens.

Lembre-se de considerar sua aposentadoria. Por mais que pareça longe, a chegada do primeiro filho leva a gastos elevados. Ao mesmo tempo, ainda é preciso ter dinheiro para o seu futuro. Por isso, ter o imóvel próprio é a melhor alternativa, porque você evita o aluguel e tem a chance de guardar mais dinheiro com o passar dos meses.

Considere a compra de um imóvel maior

Quando a família está crescendo, é importante pensar sobre o espaço disponível no seu imóvel atual. Ele tem o número de quartos suficiente? Você deseja parar no primeiro filho ou quer ter outros? Existe um local para a criança brincar?

Todas essas perguntas são relevantes para considerar na compra de um imóvel maior. A ideia é suprir as necessidades da sua família com a inclusão de mais cômodos e espaços de convivência para brincadeiras.

Nesse cenário, uma alternativa viável é comprar um lote. Ao escolher essa opção, você cria a casa que sempre sonhou e ainda consegue economizar até 30% na obra, se não existirem imprevistos.

Para alcançar esse propósito, é importante contar com a ajuda de um arquiteto ou engenheiro. Eles vão gerenciar as atividades e trazer alternativas de economia, sem deixar de lado a qualidade dos acabamentos e materiais.

Além disso, na construção, você personaliza seu imóvel do jeito que sempre quiser, tanto em relação à quantidade de ambientes, quanto no que se refere ao tamanho. Por sua vez, ao adquirir uma casa pronta, terá que aceitar o que estiver disponível no mercado e ainda pagar mais caro.

Outro ponto positivo de comprar um lote é a possibilidade de escolher um bairro planejado. Nesses locais, você tem acesso a toda a infraestrutura necessária, como água encanada, rede de esgoto e energia elétrica. Além disso, tem áreas de lazer, boa localização e outros pontos positivos, que facilitam sua rotina e trazem mais qualidade de vida para sua família.

Seguindo todas essas dicas, a chegada do primeiro filho estará de acordo com as suas finanças. Você se programa, evita problemas e se prepara para imprevistos. Gostou dessas sugestões e quer receber outras dicas para melhorar o seu orçamento familiar? Assine a nossa newsletter e acompanhe as novidades do blog!

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