imagem ilustrando artigo Casa sustentável: confira tudo que você precisa saber!

Uma casa sustentável é aquela que oferece conforto, bem-estar e qualidade de vida, sem deixar de lado as questões importantes para o meio ambiente. Também chamado de conceito verde, o objetivo é ter eficiência em toda a edificação.

Atualmente, muitas construções já consideram os aspectos sustentáveis. Além de reduzirem os impactos ao ecossistema, também diminuem custos ao longo do tempo e valorizam a obra.

Para ter uma ideia, o crescimento de custo para esse tipo de construção fica entre 2% e 7%. No entanto, o retorno do investimento chega a taxas entre 20% e 33% por ano.

Diante desse dado, é provável que você tenha mais interesse ainda em colocar essa ideia em prática. Neste post, vamos apresentar mais informações sobre as casas sustentáveis e o que fazer na sua obra para se enquadrar nesse conceito.

O que é uma casa sustentável?

Uma casa sustentável é formada pela reunião de diferentes práticas que trazem eficiência para o desempenho e o ciclo de vida da obra. Por suas características, a construção está harmonizada com o meio ambiente, porque:

  • reduz os resíduos ao máximo;
  • usa com eficiência os recursos naturais, como energia elétrica, água e outros;
  • aplica materiais recicláveis e de baixo impacto ambiental, por exemplo, tijolos de adobe e madeira reflorestada.

Apesar de parecer recente, o conceito de casa sustentável já existe desde os anos 1970. Ele surgiu a partir da chamada Crise do Petróleo, que exigiu novas formas de usar a energia.

No entanto, foi a partir de 1990 que a construção verde se tornou mais relevante. Tanto que a primeira convenção internacional sobre o assunto ocorreu em 1997, na Finlândia.

O Brasil pode até parecer longe dessa estatística, mas isso é um mito. O País está no 4º lugar entre aqueles com maior produção de prédios verdes no mundo.

Você pode construir uma casa sustentável de acordo com as suas necessidades. Mas também existem certificações que comprovam o uso do conceito. Duas delas são a AQUA-HQE e o selo ouro do Green Building Council.

Quais são os benefícios de uma casa sustentável?

Assim como outros setores, a construção civil impacta o meio ambiente. Segundo o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), os dados são os seguintes:

  • consumo de até 75% dos recursos naturais extraídos para construir e manter a infraestrutura brasileira;
  • geração de 450 kg/habitante ao ano de resíduos. Isso totaliza cerca de 80 milhões de toneladas a cada 12 meses;
  • consumo total de energia do Brasil de aproximadamente 18% devido à operação dos edifícios. Quando considerado o consumo de energia elétrica, chega a 50%;
  • gasto de 21% da água consumida no País.

Assim, fica claro que uma casa sustentável ajuda a evitar esses impactos e traz resultados positivos para o meio ambiente. Porém, as vantagens vão além.

Os moradores também sofrem uma redução de custos sem sofrer influências negativas no seu conforto e bem-estar. Para você ter uma ideia, a instalação de painéis solares pode levar a uma economia entre 50% e 95% na conta de luz.

Por sua vez, o gerador residencial de 1,98 kWp instalado custa cerca de R$ 4.500. Com uma economia de R$ 100 por mês, o investimento é pago em 4 anos, sendo que durará muito mais — a vida útil de uma edificação é de aproximadamente 50 anos.

Diante desse contexto, fica evidente que existem muitos benefícios ao construir uma casa sustentável. Entre os principais estão:

  • ter um ambiente mais confortável e saudável;
  • implementar uma gestão sustentável na obra, com redução dos desperdícios;
  • incorporação de tecnologias para aproveitar ao máximo os recursos naturais, especialmente água e luz, com adoção de um consumo mais racional e responsável;
  • uso de matérias-primas ecoeficientes;
  • diminuição dos resíduos e da contaminação de construção e demolição;
  • aumento do valor de revenda da casa;
  • redução dos custos operacionais;
  • adoção de tecnologias de energia renovável, com uso de fontes próprias de abastecimento;
  • melhoria da qualidade do ar interno;
  • facilidade na manutenção;
  • aumento da durabilidade da obra.

Como construir uma casa sustentável?

Quando se fala em erguer uma casa sustentável, é preciso considerar o melhor desempenho geral da residência. Isso significa incluir projetos relacionados à:

  • água;
  • energia;
  • materiais sustentáveis;
  • gerenciamento do canteiro de obra.

O ideal é ter o apoio de um engenheiro ou arquiteto e conversar com todos os profissionais envolvidos. Ao ter pessoas especialistas em sustentabilidade, é mais fácil ter sucesso na sua empreitada.

A partir disso, é possível implementar as boas práticas. Entre elas estão: 

Utilização de materiais ecologicamente corretos

A partir do momento que os profissionais especializados são contratados, o projeto da casa sustentável é elaborado. Além de pensar em técnicas apropriadas, é importante considerar os materiais usados.

Eles devem ser derivados de fontes renováveis, limpas ou recicláveis. Os principais nesse quesito são:

Madeira

Deve ter o selo de procedência para comprovar que é um material reaproveitado. Também existe a chamada madeira plástica, que é resistente e segura. Ela é produzida com restos reciclados dos dois elementos.

A madeira plástica também pode ser aplicada como piso e revestimento. Ela é interessante, porque exige baixa manutenção e tem alta imunidade a pragas, por exemplo, cupins.

Bambu

É indicado e muito utilizado por ser leve, resistente, flexível e existir em abundância. As estruturas feitas em bambu são resistentes a chuvas e chegam a flutuar sobre a água. O custo é baixo e a obra é feita com conexões sólidas, amarras e âncoras.

Blocos ecológicos

São criados com adobe, um material formado por areia, água, fibras, argila e palhas. O ponto positivo é a resistência ao clima e ao tempo.

Também é importante citar os tijolos ecológicos, que são produzidos com materiais orgânicos, argila, sobras de materiais de construção, lã e terra. Eles ajudam no isolamento térmico e acústico.

Telhas ecológicas

Existem diferentes modelos, sendo a mais comum a fabricada com fibras. Pode ser formada por linho e eucalipto misturadas com não madeiras, como coco, bananeira e sisal. Em alguns casos, inclui outros materiais, como papel, asfalto e resina.

Concreto reciclado

É criado a partir do reúso da sobra de obras, como de cimento, tijolos e telhas. Podem ser acrescentados bagaço de cana, casca de arroz e borracha de pneu usado, entre outros elementos. O concreto reciclado se torna mais resistente e gera uma economia de aproximadamente 20%.

Aposte em sistemas de captação solar

O objetivo, aqui, é garantir a eficiência energética. Para captar a energia solar, é preciso usar os painéis específicos. Com a ajuda de um gerador, você tem o suficiente para a iluminação interna ou, pelo menos, reduz os gastos de maneira significativa.

A energia captada pode ser usada para aquecer a água do banho ou acender as luzes, por exemplo. Apesar desses benefícios, muita gente ainda acredita que um impeditivo é o custo da instalação dos sistemas fotovoltaicos.

Além deles terem ficado mais acessíveis, é um investimento que compensa ao longo do tempo. Em residências, a categoria mais usada é a on-grid.

Nesse caso, as placas são compostas por células com material semicondutor, a exemplo do silício. Assim, os raios solares são transformados em energia e a produção é encaminhada para o inversor fotovoltaico.

Dessa forma, a casa recebe toda a energia necessária. Caso haja excedente, ele é enviado à distribuidora local. O total se transforma em créditos para o consumidor.

Invista em sistemas de coleta e armazenamento de água

A ideia é a mesma da anterior, com a diferença do foco ser a coleta de água. Uma saída é o uso de cisternas, ou seja, de reservatórios que armazenam a água da chuva.

Esse recurso pode ser usado para várias finalidades que não exigem água potável, como:

  • descarga;
  • lavação do carro;
  • rega do jardim;
  • lavação de roupas e de áreas da casa.

Para construir o sistema, o ideal é deixar uma rede exclusiva para a água captada. É preciso trabalhar com tubulações, calhas, filtros para retenção de folhas e galhos, separador de primeiras águas para limpar as impurezas e reservatório.

Opte por objetos que economizam água e energia

Esse tópico inclui várias possibilidades. Por exemplo, o sistema de captação de água pode trabalhar da seguinte forma:

  • o telhado canaliza a reserva para a cisterna e bombeia para descarga, torneiras e chuveiro;
  • a chamada água cinza — derivada de pias e chuveiro — passa para a estufa para regar as plantas;
  • a água, então, é limpa pelas plantas e é bombeada para a caixa do vaso sanitário;
  • a água negra — derivada do vaso sanitário — vai para o jardim exterior nutrindo as plantas não comestíveis.

Sistemas desse gênero podem ser utilizados em diferentes tipos de casa sustentável. Inclui diferentes objetos, como:

  • torneiras com arejador ou automáticas; 
  • eletrodomésticos com selo A no Procel, que garante a redução no consumo de energia;
  • descargas econômicas, que têm um botão para usar menos água, quando possível;
  • lâmpadas de LED, que são mais econômicas e duráveis.

Como ter uma vida mais sustentável?

Além de todas essas mudanças, você também pode adotar um estilo de vida mais sustentável. Mais do que uma casa, implementará essas possibilidades para várias situações.

Como resultado, terá qualidade de vida sem deixar de lado a melhoria do meio ambiente. Então, o que fazer para começar a mudança? Veja algumas dicas a seguir.

Abuse da luz natural

Na construção da casa sustentável, foque o uso máximo da luz natural. Para isso, invista em entradas para os raios solares por meio de janelas, portas de vidros e vidraças. Esses materiais tornam o ambiente bonito e confortável.

As casas com boa iluminação são mais valorizadas. Os moradores têm a impressão de que os cômodos são mais amplos e isso evita a sensação de abafamento.

Mais do que isso, a iluminação natural ajuda nas atividades vitais do organismo. Talvez você não saiba, mas a falta de contato com o sol aumenta o estresse. A pessoa pode até desenvolver depressão e ansiedade.

Outros benefícios gerados pela luz solar são:

  • redução da pressão arterial;
  • aumento da produção da vitamina D;
  • melhoria da sensação de bem-estar.

Ainda é preciso citar a economia, já que deixar as lâmpadas apagadas traz  uma diminuição na conta de luz com o passar do tempo. Ao pensar na iluminação, você também foca na ventilação natural.

Com lugares mais arejados, a casa está menos sujeita a mofo e doenças. Também são usados menos ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.

Pratique a coleta seletiva

Apesar de já ser comum em muitas cidades, o Brasil ainda recicla muito pouco. Milhares de pessoas desconhecem as boas práticas para lidar com os produtos e sabem pouco sobre como separar os materiais.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos completou 10 anos em 2020. Ainda assim, há muito a melhorar. O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico, sendo uma média de 11,3 toneladas por ano. Desse total, somente 1,28% é reciclado.

Em 2018, foram 79 milhões de toneladas de lixo por ano. Dessa quantidade, apenas 3% foram reciclados. Dos municípios brasileiros, 3/4 têm coleta seletiva, mas a maioria fica no Sul e no Sudeste.

Por isso, pode ser difícil implementar essa possibilidade. Se puder, separe o lixo e dê o destino correto. Muitas cidades não têm um serviço oferecido pela prefeitura, mas têm uma cooperativa de recicláveis. Procure na sua região e leve as sacolas até lá.

Ainda há outras atitudes menores que contribuem com esse resultado. Entre elas a reutilização de vidros e potes de produtos. Eles podem servir para guardar outros alimentos depois de higienizados e podem ser decorados para deixar o ambiente organizado e bonito.

Faça compostagem doméstica

As composteiras podem ser utilizadas até em apartamentos e fornecem um destino correto aos lixos orgânicos. Por exemplo, cascas de ovos são fertilizantes naturais e repassam cálcio para as plantas.

Nesse caso, é só secar as cascas, quebrá-las ou passá-las no liquidificador até virarem uma farinha e guardar em um pote para usar na reciclagem.

Outra dica é trocar a manta de jardinagem por camadas de jornal. Isso impede o acesso à luz das ervas daninha. Ao mesmo tempo, o jornal se degrada com o passar dos meses e se torna parte do composto.

Reutilize

Como destacamos, use novamente qualquer embalagem que seja possível. Muitas vezes, ainda que você faça a reciclagem, o item nem sempre passa pelo procedimento correto.

Algumas ideias são usar:

  • garrafas de vinho e cerveja na decoração, por exemplo, para colocar flores;
  • embalagens para guardar sobras de comida e organizar a despensa. Por exemplo, um vidro guarda milho, outro arroz, outro feijão e por aí vai;
  • garrafas de suco de vidro para armazenar água gelada na geladeira;
  • canecas e copos velhos para armazenar objetos, como lápis, flores, escovas de dente etc.

Perceba que todas essas são ideias simples. Você ainda pode fazer trabalhos manuais para tornar essas embalagens mais bonitas e descaracterizá-las. Assim, elas nem parecem que foram reaproveitadas.

Entendeu como construir uma casa sustentável e ter uma vida mais equilibrada com o meio ambiente? Agora é só colocar essas dicas em prática e ver os resultados surgirem no seu bem-estar e qualidade de vida.

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